quinta-feira, 28 de maio de 2009

Carta no caminho

"...porque eu nao tenho talento e nem muito menos vontade de reinventar a roda. Alguém já fez isso há muito tempo e fez muito bem. Nao tenho veia poética e nao me sinto nada frustrada por isso, afinal, ninguém é perfeito. Por isso mesmo essa mania de sempre te mandar trechos de músicas ou mesmo músicas inteiras. Porque essa é a forma que tenho de dizer que contigo estou assim, em permanente estado de graça e que mesmo se nao estamos juntos eu me sinto igualmente feliz porque se os corpos nesse instante estao afastados nosso sentimento continua em uma trilha que já é agora independente da nossa vontade. E de tento usar letras de música para dizer de algumas outras maneiras que te amo, descobri que sim, eu gosto de poesia. Mas nao dessa poesia de livros, que usa demasiadas palavras para, ao final, nao dizer nada, me deixar sempre com a sensaçao de que a poesia realmente nao foi feita para mim. Sempre acabava com a sensaçao de que nunca chegaria a compreendê-la de todo. O que acontecia, na verdade, é que me faltavam boas lentes para este tipo de leitura. E aproveitando o momento, tenho que confessar-lhe outra coisa: sim, eu também gosto de rosas. Quanto mais vermelhas, mais bonitas me parecem. Eu queria convencer-me do contrário, que dar rosas era uma tonteria quando se podia dar sempre um presente mais duradouro. Como pude ser tao tonta? Mas isso nao exclue o fato de que eu prefiro margaridas ou girassóis, e se estiverem plantados na janela do meu quarto tanto melhor. Mas...por que mesmo eu comecei esta carta? Ah, claro, era para explicar a coisa essa de te mandar pedaços das minhas cançoes favoritas. A propósito: você já chegou a escutar alguma delas? Uma ou outra tenho certeza que já te coloquei aqui em casa, nao sei se você prestou muita atençao. Também já nao importa. Nada importa. Ou melhor: tudo que nao tenha a grandeza desse amor já nao tem a mínima importância. Porque contigo me sinto simples, encantadora e lindamente feliz. Dizem que nao se deve agradecer por um sentimento que lhe é ofertado, que o que se deve fazer é retribuir, como se pode. Isto é só o que tenho feito. Nossas medidas nunca serao iguais porque sentimento nao se mede, nao se pesa e nao se rotula. Mas hoje, agora mesmo, o que te posso assegurar é que com você meu mundo é realmente completo."

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